Há princípios que ajudam na interpretação destes parâmetros. No entanto, foi estabelecida uma Escala de Tempo Geológico, baseada na fauna e flora existentes na Terra desde a sua formação. Esta escala permite-nos situar acontecimentos no Tempo.
Para isso existem unidades estratigráficas que nos auxíliam através da materialização de conceitos conseguida através da observação e/ou dedução. Temos por exemplo unidades litodémicas (baseadas na litologia e constituídas por corpos líticos que não respeitam o princípio da sobreposição (rohas ígneas, metamórficas ou sedimentares muito deformadas)), as alostratigráficas (conjuntos líticos separadas por descontinuidades), as pedostratigráficas (relacionadas com os paleossolos) e as magnetostratigráficas (baseadas na polaridade magnética). Aquelas que mais se evidenciam num quadro estratigráfico são as geocronológicas, unidades abstractas/temporais, que nos dão o tempo correspondente às unidades objectivas cronostratigráficas que se baseam essencialmente nas relações de idade.
Relação entre unidades cronostratigráficas e geocronológicas
O aparecimento e desaparecimento de formas vivas, a sua evolução, são também pontos que servem de referência para definir e limitar unidades estratigráficas, no caso, biostratigráficas, que se definem como o resultado da organização de estratos rochosos em unidades especialmente designadas, baseadas no conteúdo e distribuição de fósseis.
(http://adpalhares.no.sapo.pt/ima25.jpg)
Biozona é um exemplo destas unidades, e contém vários tipos:
- zonas de conjunto ou cenozonas
- zonas de extenção vertical (simples, composta/concomitante, zona de oppel, filozona)
- zona de acme ou apogeu
- zona de intervalo – conjunto de estratos situados no intervalo entre dois biohorizontes (nível de aparição ou de extinção de um táxon).
Biozona de Extensão. Os limites inferior, superior e laterais da Biozona de Extensão Aa são definidos pela extensão da ocorrência dos fósseis do táxone Aa. (http://webpages.fc.ul.pt/~cmsilva/Paleotemas/Fossilindex/Fossilindex.htm)
Através da correlação, relações entre diferentes cortes geológicos podemos obter uma identidade lítica, biostratigráfica e cronostratigráfica que nos informarão sobre a sua heterocronia ou
isócronia.
Quando se fala em datação de estratos, é normal separar dois processos distintos: a datação relativa e absoluta.
Nos processos de datação relativa, não é determinado nenhum valor concreto. São importantes alguns princípios de estratigrafia que fazem uma relação temporal entre estratos: Princípio da sobreposição, Princípio da intersecção e Príncipio da inclusão. O Princípio da identidade paleontológica é também relevante, pois estratos com o mesmo conteúdo fossílifero têm importantes associações, principalmente se se tratarem de fósseis característicos.
O termo datação absoluta não é o mais correcto, pois podem haver erros de margem de alguns milhões de anos. Normalmente, dentro deste meio podemos falar de métodos radiométricos e não radiométricos.
Os primeiros , também referidos como datação isométrica, baseiam-se na existência de átomos radioactivos (Ex.: potássio, estrôncio, urânio, rubídio, carbono, etc) que se desintegram: O núcleo de um elemento que seja instável pode dividir-se em ‘isótopos-filho’, e as taxas de desintegração destes elementos são conhecidas e designam-se ‘tempos de meia-vida’, tempo que cada elemento demora até se separar. Assim, é possível saber com precisão o tempo de existência dessas partículas e consequentemente da rocha.
Datação radiométrica – (http://www.igc.usp.br/geologia/geocronologia/Fig1.jpg)
Os métodos não-radiométricos são por exemplo: a dendrocronologia (através da contagem dos anéis de crescimento dos vegetais ou das cristas de crescimento dos corais), o paleomagnetismo (através da orientação dos campos magnéticos no interior dos minerais ferromagnéticos induzida pelo campo magnético da altura da formação da rocha) e a contagem de varvas (consegue-se saber a duração do intervalo de deposição de uma sequência de varvas, pela sua contagem e espessura média).
Bibliografia:
- http://webpages.fc.ul.pt/~cmsilva/Paleotemas/Fossilindex/Fossilindex.htm - (Temas de Paleontologia: fóssil índice fóssil de idade – Carlos Marques da Silva, FCUL) (13.10.08)
- http://moodle.fct.unl.pt/mod/resource/view.php?id=93669 (Aspectos Gerais da Estratigrafia – Prof. João Pais, UNL) (13.10.08)
- http://moodle.fct.unl.pt/mod/resource/view.php?id=93664 (Tempo geológico – Luís Domingos) (13.10.08)
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_de_tempo_geol%C3%B3gico (Escala de tempo geológico – wikipédia, a enciclopédia livre)- http://moodle.fct.unl.pt/mod/resource/view.php?id=93668 (Quadro das divisões estratigráficas) (13.10.08)
- http://www.geocities.com/fundamentos_geologia/dataabsoluta.html (http://www.geocities.com/fundamentos_geologia/dataabsoluta.html) (14.10.08)
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