sábado, 18 de outubro de 2008

Tempo Geológico

Um dos problemas fundamentais da Estratigrafia relaciona-se com o Tempo. Envolve o reconhecimento da sucessão local de camadas e a correlação de cortes geológicos abrangendo áreas cada vez mais vastas para se elaborar uma coluna estratigráfica de um local que seja compreendida mundialmente.

Há princípios que ajudam na interpretação destes parâmetros. No entanto, foi estabelecida uma Escala de Tempo Geológico, baseada na fauna e flora existentes na Terra desde a sua formação. Esta escala permite-nos situar acontecimentos no Tempo.


Para isso existem unidades estratigráficas que nos auxíliam através da materialização de conceitos conseguida através da observação e/ou dedução. Temos por exemplo unidades litodémicas (baseadas na litologia e constituídas por corpos líticos que não respeitam o princípio da sobreposição (rohas ígneas, metamórficas ou sedimentares muito deformadas)), as alostratigráficas (conjuntos líticos separadas por descontinuidades), as pedostratigráficas (relacionadas com os paleossolos) e as magnetostratigráficas (baseadas na polaridade magnética). Aquelas que mais se evidenciam num quadro estratigráfico são as geocronológicas, unidades abstractas/temporais, que nos dão o tempo correspondente às unidades objectivas cronostratigráficas que se baseam essencialmente nas relações de idade.



Relação entre unidades cronostratigráficas e geocronológicas


O aparecimento e desaparecimento de formas vivas, a sua evolução, são também pontos que servem de referência para definir e limitar unidades estratigráficas, no caso, biostratigráficas, que se definem como o resultado da organização de estratos rochosos em unidades especialmente designadas, baseadas no conteúdo e distribuição de fósseis.






(http://adpalhares.no.sapo.pt/ima25.jpg)



Biozona é um exemplo destas unidades, e contém vários tipos:
- zonas de conjunto ou cenozonas
- zonas de extenção vertical (simples, composta/concomitante, zona de oppel, filozona)
- zona de acme ou apogeu
- zona de intervalo – conjunto de estratos situados no intervalo entre dois biohorizontes (nível de aparição ou de extinção de um táxon).

Biozona de Extensão. Os limites inferior, superior e laterais da Biozona de Extensão Aa são definidos pela extensão da ocorrência dos fósseis do táxone Aa. (http://webpages.fc.ul.pt/~cmsilva/Paleotemas/Fossilindex/Fossilindex.htm)



Através da correlação, relações entre diferentes cortes geológicos podemos obter uma identidade lítica, biostratigráfica e cronostratigráfica que nos informarão sobre a sua heterocronia ou
isócronia.

Quando se fala em datação de estratos, é normal separar dois processos distintos: a datação relativa e absoluta.

Nos processos de datação relativa, não é determinado nenhum valor concreto. São importantes alguns princípios de estratigrafia que fazem uma relação temporal entre estratos: Princípio da sobreposição, Princípio da intersecção e Príncipio da inclusão. O Princípio da identidade paleontológica é também relevante, pois estratos com o mesmo conteúdo fossílifero têm importantes associações, principalmente se se tratarem de fósseis característicos.


O termo datação absoluta não é o mais correcto, pois podem haver erros de margem de alguns milhões de anos. Normalmente, dentro deste meio podemos falar de métodos radiométricos e não radiométricos.

Os primeiros , também referidos como datação isométrica, baseiam-se na existência de átomos radioactivos (Ex.: potássio, estrôncio, urânio, rubídio, carbono, etc) que se desintegram: O núcleo de um elemento que seja instável pode dividir-se em ‘isótopos-filho’, e as taxas de desintegração destes elementos são conhecidas e designam-se ‘tempos de meia-vida’, tempo que cada elemento demora até se separar. Assim, é possível saber com precisão o tempo de existência dessas partículas e consequentemente da rocha.



Datação radiométrica – (http://www.igc.usp.br/geologia/geocronologia/Fig1.jpg)

Os métodos não-radiométricos são por exemplo: a dendrocronologia (através da contagem dos anéis de crescimento dos vegetais ou das cristas de crescimento dos corais), o paleomagnetismo (através da orientação dos campos magnéticos no interior dos minerais ferromagnéticos induzida pelo campo magnético da altura da formação da rocha) e a contagem de varvas (consegue-se saber a duração do intervalo de deposição de uma sequência de varvas, pela sua contagem e espessura média).

Bibliografia:
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http://webpages.fc.ul.pt/~cmsilva/Paleotemas/Fossilindex/Fossilindex.htm - (Temas de Paleontologia: fóssil índice fóssil de idade – Carlos Marques da Silva, FCUL) (13.10.08)
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http://moodle.fct.unl.pt/mod/resource/view.php?id=93669 (Aspectos Gerais da Estratigrafia – Prof. João Pais, UNL) (13.10.08)
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http://moodle.fct.unl.pt/mod/resource/view.php?id=93664 (Tempo geológico – Luís Domingos) (13.10.08)
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_de_tempo_geol%C3%B3gico (Escala de tempo geológico – wikipédia, a enciclopédia livre)- http://moodle.fct.unl.pt/mod/resource/view.php?id=93668 (Quadro das divisões estratigráficas) (13.10.08)
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http://www.geocities.com/fundamentos_geologia/dataabsoluta.html (http://www.geocities.com/fundamentos_geologia/dataabsoluta.html) (14.10.08)

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